22 de agosto de 2011

O arqueiro, o atirador e o matador (parte 2 - o arqueiro)

Logo ao sairmos das províncias de Boerta, entrávamos na mata de Jwn, a parte mais perigosa da marcha. A mata era alta e todas as suas arvores negras como um abutre envelhecido, éramos presas fáceis dos Neimos e de outros animais selvagens que habitavam Jwn.
Ao sairmos da densidade das arvores vimos o sol a algumas horas de se esconder atras das montanhas, mas ele parecia um ponto laranja no céu negro. Sabíamos que mais um dia de marcha e estaríamos no desfiladeiro de Swadh e, então, a mais dois dias de caminhada da bacia de Ficv, onde era instalada a tribo dos Neimos. Naquele lugar os Neimos eram presas fáceis para nós arqueiros, principalmente com nossas flechas de fogo.
Eis então que, ao cruzar o desfiladeiro no dia seguinte, encontramos com uma vigília de Neimos, composta de 3 arqueiros e 2 cavaleiros. Perdemos 4 homens da infantaria, mortos por flechas, mas conseguimos abater os cavaleiros antes de chegarem a Ficv e ainda ficamos com seus cavalos, que foram de grande ajuda para carregarmos as provisões.
Então, no segundo dia de caminhada após o combate, nos instalamos nos arredores de Ficv, para no dia seguinte dizimarmos o povo Neimo.
No dia seguinte, os arqueiros se posicionaram silenciosamente no entorno da bacia e, após a primeira chuva de flechas de fogo, a infantaria se revelou. Foi maravilhoso, os Neimos correndo sem direção sendo mortos por nossas espadas e os que resistiam eram mortos por nossas flechas. Vimos mulheres, crianças, idosos e todos os topos de Neimos sangrarem até a ultima gota de sangue e batemos em retirada para a nossa tribo.
Eu, a essa altura, só pensava em Crinn, e se ela estaria bem neste momento. Foram 6 longos dias de caminhada, estávamos exaustos. E, ao chegar em Boerta, vimos nossas mulheres e crianças em prantos, outro povo havia estado ali e estuprou nossas mulheres e crianças, levou nossas colheitas e roubou nossa bebida.
Ao procurar por Crinn, entrei em desespero, não conseguia achá-la! Por fim, ao clamar por ela pela ultima vez, um ramo de folhas no chão se mexeu e minha amada se anjnciou, dizendo que havia ficado escondida este tempo todo. Ao achar que matando os Neimos, poderia viver em paz com Crinn, dei conta de que nada é para sempre, os problemas sempre atordoarão a vida de qualquer arqueiro.

21 de agosto de 2011

O arqueiro, o atirador e o matador (parte 1 - o arqueiro)

Eu sei, sei que prometi atualizar o blog toda semana, mas é que andei meio sem tempó. Mas hoje vou contar uma estorinha para vocês.

Hoje foi meu ultimo dia de treinamento. Amanha começa a grande batalha contra os Neimos, povo rival ao nosso que da ultima vez que invadiram nossas terras estupraram nossas mulheres e crianças. Nosso povo tinha o costume de exilar as mulheres gravidas dos Neimos, junto com as crianças estupradas, os monges diziam que os deuses as consideravam impuras. Após gerações, mulheres também se tornaram grandes feiticeiras e acabaram por findar esta cultura.
Eis então que eu, filho de um neimo que estuprou minha mãe, pude crescer na tribo Boerta e ser até treinado como um arqueiro. A vida de um arqueiro é um tanto quanto trabalhosa, ao amanhecer nos reuníamos e saíamos em busca de árvores saudáveis e pedras cortantes para fabricarmos flechas. Digamos que quando se é um aprendiz temos de fazer o serviço pesado, que começa assim. Na parte da tarde aprendíamos coisas como a influencia do vento e da distância na hora de atirarmos uma flecha no inimigo. Com o tempo, nossa tribo conseguiu reunir um grande grupo, liderados por Dhorff, um antigo guerreiro remanescente da grande Guerra do Swadh, na qual poucos integrantes da infantaria sobreviveram. Aliás, somente os que fugiram ou se esconderam sobreviveram, pois o desfiladeiro de Swadh permitia grande visão aos arqueiros, além da privilegiada posição de ataque. Dhorff era um arqueiro da terceira linha, diz a lenda com 16 anos na época e pouco viu da Guerra, mas era um exímio estrategista e é baseado neste conhecimento que ele hoje nos deu o ultimo treino.
Crinn, minha amada, fez hoje uma grande festa com nossas famílias, dizendo que um grande guerreiro merece todas as aclamações antes de partir para uma guerra, pois não sabia se iria retornar para continuar as plantações e a fabricação de flechas ou espadas. Crinn tinha a minha idade, 17 anos, e nascera poucos dias antes de mim, na primavera, era uma mulher dócil, porém muito honesta e honrosa. Sempre fomos muito amigos, até descobrir os um ao outro.
Confesso, tenho medo de não voltar a vê-la, mas o sentimento de privar a todo o povo de Boerta do sofrimento consumia a mim e a todo nosso exército de mil arqueiros e dois mil guerreiros.
O dia seguinte chegou como uma nuvem negra chega no céu do inverno, imponente e solitária, mas capaz de amedrontar até o mais destemido dos animais. E, naquele cenário negro, partimos...

7 de junho de 2011

Revestres da Menosprea

Porra, hoje já comecei a tarde com uma baita lombeira, devido ao caprichado almoço de Terça-feira. O pior de tudo e você chegar pra trabalhar, já cansado da labuta da manha, e escutar que você fica "morcegando" no trabalho!

No começo eu fiquei um pouco puto, como vocês devem imaginar. Mas aí eu pensei: QUEM ME DERA EU FICAR MORCEGANDO!!!

Imagine só: trabalhar a noite, por poucas horas no dia, ser podre (PODRE) de rico e, quando eu fosse na balada só as gatas artistas de cinema iam dar em cima de mim, pra não dizer que iam dar outra coisa. Sem contar o mais importante, eu seria o meu próprio patrão e só teria como empregado um mordomo gente fina (pq o Dark Knight mesmo nem sonha com um chaveirinho arco-íris chamado Robin).

O problema maior eh quando você volta para a realidade que o bicho pega, e da o revestres da menosprea, tudo da errado! Mais eu sou um pulga de um otimista, faço você pensar e chegar a conclusão que o caminho eh longo, mas o mais importante de tudo não eh impossível, que eh você ser seu próprio patrão.

18 de maio de 2011

Convenismo, a arte do convém

 No mundo de hoje, vivemos em uma sociedade que preza pelo convém. Não o que convém a nós, como um todo, mas o que convém a mim. Por exemplo, para o estadounidense convém financiar guerras em prol da pátria, ao traficante convém vender drogas para financiar o crime organizado em geral etc, etc, etc...
 Creio que o maior exemplo dado é o dos comediantes dos "Trapalhões", com o  clássico "'Papai, eu quero me casar!'; 'Pois, minha filha, você diga com quem'; 'Eu quero me casar com o Marlon Brando'...". Por que um pai não deixaria sua filha se casar com quem ela quer (no caso, um ícone do cinema mundial e dos corações de muitas moçoilas da época)? Por que ele pensa no que convém a ela, certo? Errado! Hoje o que vemos na sociedade é a briga para convercermos o próximo o que convém a nós (a mim e a você), sem "olhar com os olhos" dele. Aproveitando o exemplo, no caso de um pai, no dialeto católico apostólico romano, não abençoar um casamento, ele não desaprova por olhar para sua filha e perceber que a mesma não ama o futuro noivo, ou ver que o "cabra" é safado mesmo, ou quaisquer outros motivos que ele veja que a fariam sofrer, independente de breves momentos de uma falsa felicidade. O que o pai pensa, hoje em dia, é no que convém a si, se o futuro genro vai "furar" sua "Virgem Maria", ou se vai tirar o seu bebêzinho de seus braços; Sim, isto é um paradoxo de deixar qualquer um com os cabelos em pé, afinal ninguém gosta de sofrer.
 Outro problema é que ninguém quer "sofrer" nem mesmo pelo fato de o gosto do próximo ser diferente do seu, como no caso das pessoas que vão à sua casa e mexem no som para trocar de música simplesmente pelo fato de ela não gostar. Mas... peraí! Tudo tem limites! A minha liberdade começa onde a do próximo acaba. E está é uma máxima tão óbvia que está sendo deixada de lado. Veja bem, os deficientes só podem o ser onde há acessibilidade, os gays só podem se casar onde há leis que permitam, os negros só podem ser gente onde há abolição! Absurdo isso, A-B-S-U-R-D-O. Mas o problema é que nós mesmos somos culpados, pois nossas atitudes são contraditórias. Pense num engenheiro que construiu uma escadaria na frente de sua casa e que, tempos depois, acaba se tornando paraplégico. Ou, trazendo ao microuniverso, pense nas vezes em que você realizou certas ações para com o próximo que você não gostaria que fossem tomadas contra você. Lembro, ninguém aqui diz que devemos ser perfeitos, isso criaria um vórtex na Terra, mas se nós comessássemos a respeitar mais a nós mesmos, as relações interpessoais tenteriam a uma melhora absurda, e não o contrário que nos é, infelizmente, tão peculiar no cenário atual.
 Respeito, é isto que está faltando.
 Respeitar a nós mesmos é apenas o começo para respeitarmos aos outros. Pense no que iria custar tirar os calçados ao adentrarmos em uma casa tipicamente japonesa, no que iria custar a um típico estadounidense responder educadamente à saudação islâmica "salamaleico", no que iria custar ajudar a um cego tomar o ônibus. Custaria respeito, custaria estar aberto a uma nova cultura, a um novo conhecimento adquirido através de outras pessoas, coisa que a cultura do "eu", ou (como vovó já dizia) a cultura que vai até o "vem a nós" e esquece do "vosso reino", acaba por não cultivar.
 Enfim, hoje o bom é parecer um diamante polido e tratado, mesmo que seu interior seja um pedaço de carvão mineiral queimado. Queimado e sem valor...